O Apartamento no Restelo situa-se no último piso de um edifício que integra um condomínio fechado no Restelo, e foi adquirido com o objectivo de se tornar habitação do cliente.
Além da materialidade datada que visualmente nos incomodou, trata-se de um apartamento com 195m2 (área bruta) que parecia mais pequeno do que realmente era. A grande potencialidade que vimos nesta intervenção foi acabar com esta ideia de escala enganadora: demolimos uma série de paredes que desenhavam um circuito labiríntico, desvirtuando toda a escala que apresentava.
Desta forma, promovemos a regularidade do espaço e a permeabilidade do mesmo mantendo as infra-estruturas no mesmo sítio. A estratégia passou por criar uma pele constante que liga todo o espaço: apainelados cinzentos. Esta pele engloba o que queremos trabalhar: o espaço, conferindo-lhe uma característica plástica e cénica.
Mantemos as instalações sanitárias, regularizando a sua implantação de modo a que criem uma barreira clara entre espaços diurnos e nocturnos. O espaço diurno não tem quaisquer paredes a separar, apenas moveis que orientam os percursos e os movimentos das pessoas. O espaço nocturno, por necessitar de uma vertente mais privada, é dividido em quatro quartos.
Esta solução permeável permite uma série de percursos por parte do cliente na sua casa, assim como a criação de diversos ambientes: um corredor que pode albergar obras de arte, ou que pode acabar com uma peça de arte, uma zona de estar para convidados, entre outros.