A proposta actua num espaço no Príncipe Real atrás de um edifício histórico Lisboeta de arquitectura neo-árabe no centro de Lisboa num conjunto edificado no interior de um jardim com forte cariz romântico, tendo o próprio Jardim Botânico como pano de fundo. Neste sentido, a proposta de intervenção caracteriza-se como uma cirurgia minuciosa para tornar o objecto arquitectónico único e icónico.
A proposta tem como linhas estruturantes enfatizar as relações já existentes e criar novas entre o Príncipe Real e o Jardim Botânico, e entre o edifício neo-árabe e os seus próprios jardins. Pretende-se criar um novo espaço/conceito, inexistente em Lisboa, que articule diferentes espaços culturais, de restauração e serviços num mesmo espaço comum.
A intervenção pretende simultaneamente enfatizar as características arquitectónicas dos edifícios e acentuar a vegetação como elemento definidor dos espaços exteriores. Deste modo a proposta actua do interior para o exterior, conjugando de forma equilibrada uma linguagem de preservação com uma mais contemporânea. No exterior, espaços de bar/esplanada, pretende-se uma fusão entre estas duas linguagens, associando as características referidas com elementos diferenciados, em termos de material, luz e niveis de transparência, que criam vários tipos de ambientes.
O interior do edifício pretende transportar a vegetação rica do contexto envolvente e criar, quer a nível de materiais, quer a nível de ambientes, uma cumplicidade entre a ruína, o tropical e o conforto e contemporaneidade da decoração utilizada.
Desta forma pretende-se enaltecer a magia e romantismos inerentes ao local, aliado a uma intervenção arquitectónica contemporânea que contribua para Lisboa e Príncipe Real com um novo espaço multifuncional singular e inovador.